Vietnam

Olá amigos, para aproveitar ao máximo o tempo com o irmão da Ines, a despedida da Tailândia foi até ao último minuto, sendo que depois de uma direta chegámos finalmente ao Vietnam. Obviamente cansados e com as defesas em baixo, reservámos o primeiro dia para recuperar energias no hotel, aproveitando para acalmar a garganta com chá de gengibre, uma vez que esta já começava a dar sinal. No dia seguinte estávamos novos e super animados, prontos para começar a descobrir um novo país para o qual trazíamos grandes expectativas. Ficámos logo muito impressionados com o trânsito incrivelmente caótico e com a enorme confusão de motas a apitarem a toda a hora, onde ninguém respeita rigorosamente nada: passeios, contra-mão, sinais vermelhos, passadeiras, peões e outros veículos, sendo uma autêntica aventura atravessar uma simples rua. Começámos a viagem em Hanoi, onde ficámos hospedados no coração da cidade, a poucos metros do bonito lago Hoan Kiem e bem no meio dos mercados, dos templos e dos vendedores ambulantes de chapéu em bico, que nas suas bicicletas vão vendendo flores, fruta, pão, roupas e todo o tipo de mercadorias. Como é nosso hábito vagueámos imenso pelas ruas da cidade, observando o desenrolar do dia-a-dia das suas gentes, os seus hábitos, os seus costumes e as suas tradições, bem como visitámos ainda os bonitos parques da cidade e a antiga cidadela. Fizemos questão de conhecer alguns museus, aproveitando para aprender um pouco mais sobre a história deste país infelizmente tão marcado pela guerra, primeiro contra França lutando pela sua liberdade e independência, e depois defendendo-se do impiedoso ataque americano contra o comunismo, sofrendo durante mais de 20 anos de terror constante. Um dos museus que visitámos homenageia a mulher vietnamita e a forma como ela corajosamente suportou o país durante todo este tempo em guerra. Enquanto os homens se juntavam ao exército para combater nas frentes de combate, as mulheres mantinham a agricultura, pesca, pecuária, construção e tudo o resto para o país se manter, ao mesmo tempo que cuidavam da sua própria casa e da segurança nas suas cidades e aldeias, sendo ainda que muitas delas foram grandes ativistas frente ao regime colonial e combatentes do exército. Hoje em dia continuam a ter um papel muito importante no sustento das famílias, deixando as suas casas por longas temporadas, buscando nos mercados de rua das grandes cidades o dinheiro para alimentar e educar os seus filhos. Visitámos ainda a prisão colonial, local impressionante e muito pesado, onde eram detidos os opositores ao regime ditatorial francês que sobreviviam em condições completamente desumanas e sujeitos a tortura. Após queda do regime, esta prisão foi mantida e usada pelo exército vietnamita para manter os prisioneiros de guerra americanos. Apesar de ser a capital do país, gostámos de Hanoi por ser uma cidade pequena, simples e acolhedora, no entanto notámos que as pessoas não são de sorriso fácil, contrastando com o país do sorrido de onde tínhamos acabado de chegar.

Daqui seguimos caminho para norte de modo a visitar a cidade de Sapa, situada na zona montanhosa perto da fronteira com a China, sendo o início da viagem logo atribulado. O pick up no hotel foi feito por 2 miúdos de mota que diziam que a carrinha tinha avariado, não havendo outra forma de nos levarem até ao terminal onde apanharíamos o autocarro, não tendo nós remédio que nos aventurarmos estrada fora de mochilões às costas, à pendura por aquele trânsito caótico. Lá correu tudo bem e seguimos viagem noite fora num confortável autocarro equipado com camas, muito mais à frente dos que vemos pela Europa, chegando na manhã seguinte ao nosso destino. Eram 5h da manhã e já estávamos nós a negociar com os taxistas o melhor preço até ao local onde ficaríamos hospedados, a 12 km dali, por caminhos de cabra e aos zigzags pelas montanhas. Ficámos numa casa em madeira com vista para o rio situada em Ta Van, uma das aldeias étnicas localizadas na zona rural, no meio dos campos de cultivo de arroz, valendo bem a pena todo aquele caminho até lá chegar. Aqui tivemos uma experiência maravilhosa do Vietnam profundo, rodeados de pessoas autênticas isoladas do mundo dito evoluído, longe da civilização, da tecnologia, do turismo, do ruído e da poluição, sobrando apenas a pacata vida do campo, o ar puro, a incrível beleza da natureza e o sorriso das pessoas. Muitos trekkings fizemos nós por aqueles caminhos contemplando lindas paisagens, kms e kms sem ver vivalma e sem ouvir qualquer ruído, dezenas de chapéus em bico agachados pelos arrozais de perder de vista, crianças montadas em búfalos tomando conta do gado, aldeias de diferentes minorias étnicas com as suas vestimentas coloridas, pulseiras, colares e brincos chocalhantes e grandes cestos às costas. As crianças, cada uma mais bonita e simpática que a outra, quando nos avistavam vinham a correr, acompanhando-nos os kms necessários até nos convencerem a comprar só mais uma pulseira. Aqui a vida é dura e toda a gente trabalha e ajuda, no entanto não falta a liberdade, a comida, nem os sorrisos, fazendo lembrar as histórias contadas pelos nossos pais e avós nos seus tempos de juventude no campo, trazendo-nos grande saudade e nostalgia. Num dos dias participámos no jantar de família lá de casa e com enorme prazer ficámos a ouvir aquelas histórias de vida tão diferentes da nossa, ao mesmo tempo que nos deliciávamos com talvez a melhor refeição desta viagem, comendo sem parar aquela comida deliciosa até não sobrar mais espaço na nossa barriga. No último dia resolvemos aventurar-nos a pé até uma aldeia distante, algo que normalmente é feito com um guia local, mas que o nosso espírito aventureiro apostou em faze-lo apenas com a ajuda do mapa. As paisagens eram de cortar a respiração, e lá muito de vez em quando íamos encontrando algumas pessoas no seu dia-a-dia pelas montanhas, espantadíssimas de nos verem por aquelas bandas. Quando demos por conta já tínhamos caminhado 3h e nem sinal da tal aldeia, quando já quase decididos a voltar para trás, lá aparecem 2 rapazes num jipe e nos oferecem boleia. Supostamente estávamos muito perto, no entanto após andarmos uns quantos kms, começámos a ficar assustados com o caminho todo que teríamos que fazer de volta, tentando perceber se poderíamos contar com a boleia deles no regresso. Não sendo o Inglês deles muito famoso, simpaticamente telefonaram a alguém que pudesse conversar connosco, convidando-nos a acompanhá-los até à sua quinta, almoçar por lá e depois voltar, dando-nos boleia até casa. Aceitámos o convite e fomos à aventura, vislumbrando locais ímpares onde provavelmente nenhum turista teve a sorte de conhecer, até finalmente chegar ao destino que ficava atrás do sol posto. Um deles era motorista, e o outro dono de duas quintas de aquacultura de salmão, mostrando-nos todas as etapas no seu processo de criação, desde o nascimento até a fase adulta, quando são vendidos. Ficámos uns experts na matéria. Era também um apaixonado por cães, tendo também um espaço para criação de várias raças de grande porte, mencionando várias vezes que discordava totalmente com a cultura do seu país que infelizmente também se alimenta deste animal, e nós uma vez mais dando graças a Deus por termos tornado vegetarianos. Quando fomos para dentro, já os empregados nos tinham preparado um saboroso almoço servido da forma mais genuína, travessas postas num tapete sobre o chão, e nós sentados de pernas cruzadas de tacinha e pauzinhos na mão. No fim um chá digestivo servido noutra divisão do armazém, onde alguns dos empregados dormiam e outros viam televisão fumando os seus cachimbos de água, ficando nós um pouco “à conversa” com eles. As vidas ali são tão diferentes do que estamos habituados, vivendo eles quase isolados do mundo em troca de uma cama, comida e algum dinheiro para sustentar a família. O que mais nos chocou foi um deles ser ainda uma criança, que sendo pai aos 12 anos teve que iniciar a sua vida adulta tão cedo. Chegada a hora, fizemo-nos de volta à “estrada” e quando finalmente chegámos à nossa casa, nem queríamos acreditar na aventura que nos tinha acontecido naquele dia, garantidamente uma das mais inesperadas e inesquecíveis de toda a viagem. Depois de experiênciar a vida do campo fomos ainda conhecer o centro da cidade de Sapa, um local que não gostámos particularmente por ser demasiado turístico, com tudo aquilo que tem de mau. Para além de toda aquela construção desmedida, ocupando cada vez mais o espaço da natureza, o que mais nos chocou foi a quantidade de crianças de 3/4 anos de idade a pedir e a vender nas ruas, muitas delas a transportar bebés de meses às costas, debaixo de um sol abrasador ou a altas horas da noite. Por aqui não nos demorámos muito, alugámos uma mota e fomos à descoberta de cascatas e miradouros, conduzindo pelas estradas montanha fora e contemplando as lindas paisagens da região fora da cidade.

Chegava a hora de mudar de cenário e trocar as montanhas pelo mar, rumando nós numa viagem interminável até à ilha Cat Ba. Ficámos impressionados pela praia local completamente sobrelotada de turistas nacionais, uma autêntica confusão e ruído de tal ordem que não tivemos a audácia de nos misturar entre a multidão, apesar do calor que se fazia sentir. A atração principal da região é a famosa Halong Bay, onde apesar de termos apanhado alguma chuva, passámos um belíssimo dia a passeio num barco de recreio, contemplando as magníficas paisagens e as suas belas ilhas, disfrutámos de um saboroso almoço a bordo, fizemos um pouco de praia e ainda um passeio de kayak que me soube pela vida. Aqui tivemos a companhia de um simpático casal, ele brasileiro e ela suíça, com quem partilhámos imensas experiências de viagem e boas horas de conversa. Não caímos na tentação do peixe e marisco, especialidade dos vários restaurantes flutuantes existentes da cidade, no entanto ficámos muito bem servidos nas pequenas tascas locais que tinham sempre saborosos pratos vegetarianos.

Seguimos mais para sul até Tam Coc, uma pequena e simpática vila rodeada pelo seu lindíssimo rio, onde demos um excelente passeio nos famosos barquinhos típicos, com a particularidade destes serem conduzidos por uma senhora que remava com os pés. As paisagens são absolutamente magníficas e a envolvente perfeita, as planícies, as montanhas, o rio, os nenúfares, o silêncio e as grutas, pondo-nos um sorriso na cara durante o resto do dia. Aqui a Inês decidiu fazer um upgrade ao seu guarda roupa, adquirindo um daqueles típicos chapéus em bico, parecendo uma verdadeira Vietnamita. Foi realmente uma grande aquisição neste clima tropical, visto que protege totalmente a cabeça e ombros do sol abrasador, bem como quando muda o tempo, é melhor que muito guarda-chuva. Alugámos ainda uma mota e passeámos pelas bonitas paisagens da região, vendo os trabalhadores a ceifar os arrozais com os seus chapéus, as famílias de patos nadando em fila pelos charcos, os búfalos a pastar pelos campos, os canaviais a perder de vista, os bonitos templos e as suas imponentes escadarias montanha acima.

Rumámos novamente a sul e encontrámos a tranquila cidade de Pong Nha, famosa pelas dezenas de incríveis cavernas. No centro da cidade apanhámos um pequeno barco que seguiu rio acima até chegarmos à entrada de uma das mais famosas grutas da região, onde o rio escava montanha adentro por alguns kms. Para não interferir com a natureza, o motor é desligado e todo o passeio por dentro da gruta é feito a remos, sendo incrível o “som” do silêncio, apenas interrompido pelo movimento da água, o bater de asas dos morcegos e dos pingos de água que vão caindo das estalactites. Apesar de termos já visitado algumas grutas, esta foi de facto uma experiência diferenciadora, da qual ficámos muito satisfeitos. A poucos kms da cidade visitámos ainda a floresta botânica da região, onde fizemos uma grande caminhada entre árvores centenárias enormes, passarada que nunca mais acabava, uma pequena cascata e um cheiro incrível a ar puro. Voltando ao hotel o Bruno decidiu mudar de visual, rendendo-se aos “dotes de cabeleireira” da Ines. Uma carecada à antiga e muita gargalhada à mistura, acabando pelo resultado final até ficar melhor do que se esperava. Aqui conhecemos uma israelita que viajava sozinha fazendo-se acompanhar “apenas” por um troley gigante, uma mochila à frente e outra a trás, e ainda uma catrefada de sacos nas mãos. Nós a viajar por tanto tempo e apenas com meia dúzia de trapinhos nas mochilas ficámos impressionados e oferecemos-lhe ajuda, não aguentando a curiosidade e perguntando-lhe por quanto tempo viajava. Ela disse que aquilo tudo era essencialmente roupa, uma vez que estava a fazer uma grande viagem de 1 mês, algo que achámos imensa piada, pois mais parecia que estava a mudar de casa.

Continuando a nossa viagem chegámos até Hue, onde aproveitámos para recarregar baterias após um grande corre corre e tanta coisa vista. Não fizemos muito mais que uns pequenos passeios pelas ruas da cidade, algumas caminhadas pelas margens do rio, observando os famosos barcos dragão navegando pelas suas águas, e grandes sessões de cinema no quarto, aproveitando para descansar. A dona do homestay onde ficámos tinha 2 pequeninas muito giras e reguilas e aí aprendemos algumas palavras em vietnamita, incluindo Bo Do Nha, o nome do nosso querido Portugal. E como o mundo é uma ervilha, sentados ao nosso lado ao pequeno almoço, estava um casal português também ali hospedado, que estando igualmente a viajar há já alguns meses pela Ásia, pudemos partilhar entre nós muitas histórias e aventuras. Na última noite aproveitámos para dar uma volta e fomos surpreendidos pela alegre vida e movimento nas principais ruas do centro da cidade, que se encontravam cortadas ao trânsito, reinando as esplanadas cheias de gente, os vendedores ambulantes e os espetáculos de rua. Seguindo a sugestão dos nossos novos amigos, experimentámos um excelente restaurante que nos deliciou com as suas deliciosas iguarias.

Já com as baterias carregadas, continuámos o nosso caminho até a antiga cidade de Hoi An. Curiosamente chegámos à capital da moda, onde existem centenas de alfaiatarias que fazem roupa à medida a preços muito competitivos, sendo também este um dos motivos pela procura deste local pelos turistas. Um pouco por brincadeira e curiosidade, entrámos numa das lojas e quase que de lá saímos com um vestido para a Inês levar a um casamento que iremos no próximo ano. Sorte que o Bruno interveio, caso contrário iríamos andar carregados com um vestido de gala por mais uns meses nas nossas mochilas tão sujinhas. A cidade era muito bonita e o seu centro histórico muito bem decorado com balões de papel coloridos e iluminados, dando-lhe muita vida e elegância durante o dia, mas especialmente durante a noite. Debaixo das bonitas pontes, passa um pequeno rio decorado por dezenas de gôndolas iluminadas pelas suas lamparinas, bem ao estilo de Veneza. Centenas de velas são também lançadas às águas do rio em pequenos barcos de papel pelos turistas, que aproveitam para pedir os seus desejos. Ficámos impressionados com o mar de gente que percorria aquelas ruas durante a noite, dificultando até a nossa caminhada como se estivéssemos num festival de verão esgotado, sendo definitivamente o local mais turístico de todo o Vietname. Durante o dia vagueávamos pelo mercando, comprando frutas e alguns dos produtos locais, admirando o artesanato e interagindo com os vendedores. Vimos ainda como são feitos os típicos noodles frescos, bem como os secos que se encontravam em cestos de palha expostos ao sol. Aqui foi um dos locais onde melhor comemos durante esta viagem, o Vietnam em geral e a cidade de Hoi An em particular. Descobrimos um pequeno e delicioso restaurante de um senhor muito simpático que frequentámos várias vezes, sendo a comida muito bem confeccionada, utilizando produtos frescos. Por menos de 1 euro podemos comer uma dose muito bem servida e ainda beber uma cerveja, sendo este o país do mundo onde esta última é a mais barata no mundo, chegando a custar menos de 15 cêntimos.

Mais uma noitada de autocarro até Nha Trang, onde finalmente voltaríamos à zona de praia. Aqui encontrámos um fenómeno inesperado e muito engraçado, sendo impressionante a quantidade de russos que por lá passavam férias, havendo inclusivamente muitas lojas com informações em russo, restaurantes com menus em russo, empregados e guias turísticos russos. Descobrimos então que existem ligações aéreas diretas e diárias entre algumas das principais cidades russas e o aeroporto de Nha Trang, motivo pelo qual fomos algumas vezes abordados na rua em russo, confundindo-nos com eles. Esta cidade é bem diferente do resto do que vimos até então neste país, com uma marginal muito larga, edifícios muito altos, grandes cadeias hoteleiras e clubes privados em frente à praia. Impressionados pelos reviews, decidimos ficar hospedados num hostel que para nós deverá ser um dos melhores do mundo, não nos desiludindo, muito pelo contrário. Chegámos às 5h da manhã e apesar do check-in apenas poder ser feito mais tarde, existia um quarto de espera para estas situações com camas para descansar e casa de banho para tomar duche. Roof top, bom Wi-Fi, pequeno almoço buffet com grande qualidade e variedade, quartos muito limpos e bom AC, happy hour free tea & cookies, happy hour free beer, pertinho do centro e da praia, staff simpaticíssimo ajudando em tudo o que precisássemos, isto tudo a um preço muito baixo, não sabendo nós muito bem como é que conseguem obter lucro. Não havia muito mais para fazer para além de praia, então aproveitámos para repor a vitamina D, dar uns bons mergulhos e grandes caminhadas pelo areal. Numa das noite vimos ainda um concurso de música e dança tradicional vietnamita, uma espécie de festival da canção lá do sítio que estava a acontecer num grande palco montado junto à praia. Foi engraçado assistir, uma vez que o estilo deles é muito teatral, bem diferente de tudo o que estamos habituados.

Seguimos então para a próxima cidade de Mui Né, outro destino balnear bem mais simples e pacato, procurado pelas suas praias, kitesurf e passeios de jipe pelas dunas. Aqui não tivemos muita sorte com o tempo, e devido à chuva quase constante durante aqueles dias, acabámos por nos dedicar maioritariamente ao planeamento dos próximos passos da viagem, contentando-nos apenas com pequenos passeios a pé pelas redondezas. Aqui não nos demorámos e seguimos caminho até à última cidade que visitaríamos no Vietnam.

Finalmente chegávamos a Ho Chi Min, antigamente denominada Saigon, percorrendo assim todo o território de norte a sul. Apesar de não ser a capital, esta é a maior e mais importante cidade do país, deparando-nos com uma urbanização bem mais moderna, mais ocidentalizada e com grandes edifícios empresariais. Aqui visitámos o interessante e emocionante museu da guerra que relata detalhadamente esse trágico período, os seus intervenientes e respectivas motivações, as repercussões pelo mundo, os números, os factos, as vítimas e os danos, fazendo-nos simpatizar e respeitar ainda mais o país e as pessoas. Muito caminhámos nós pela cidade, desde os vários mercados locais à China Town, das ruas mais turísticas às menos turísticas, pela bonita alameda que liga a zona histórica ao rio, passeámos pela zona ribeirinha e pelos parques repletos de gente a jogar badminton, bem como uma espécie de futevoley versão ninja. Ainda tivemos tempo de ir ver a Norte Dame asiática e uma antiga e bonita estação dos correios que se encontra ainda em funcionamento, sendo que por lá conhecemos uma menina vietnamita de 9 anos muito querida e simpática que queria praticar o seu inglês, ficando ali os 3 à conversa por uns agradáveis minutos. Hospedada no mesmo sítio que nós, fizemos mais uma nova amiga com quem demos uns passeios pela cidade e tivemos excelentes conversas, trocando boas experiências de viagem e de vida, tantos “portugueses pelo mundo”, somos poucos mas curiosos.

Aqui nos despedimos deste magnífico país, um dos nossos preferidos. Apesar de cansativo, foi um mês fantástico, galgando muitos kms pelas estradas vietnamitas, ficando a conhecer o país de uma ponta à outra, a sua cultura, as suas várias realidades e diferentes gentes. As paisagens são lindas, as pessoas simpáticas e a comida muito saborosa, superando todas as expectativas trazidas. Ficámos com a sensação de que viemos na altura perfeita, uma vez que o país está bem organizado e conseguiu criar boas condições para receber, no entanto notámos que o Vietname está na moda, e dentro de pouco tempo as grandes enchentes turísticas irão começar a aparecer, levando à descaracterizarão do país, como tem vindo a acontecer noutros locais. Talvez daqui a muitos anos voltaremos cá para ver as diferenças, até lá guardaremos estas maravilhosas recordações com muito carinho nas nossas memórias.

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